Alguns aspectos da recepção do pensamento zubiriano na Iberoamérica

1. Introdução

A seguir, procuramos traçar, em linhas gerais, um perfil da influência de Zubiri sobre alguns dos seus discípulos, a saber: I. Ellacuría, A. Pintor-Ramos e A. Torres Queiruga. Apontamos, ainda, para a possibilidade de aprofundar o diálogo de Zubiri com K. Rahner,1 com o pensamento judaico2 e com alguns pós-modernos.3

Zubiri4 foi colhido pela morte quando ainda trabalhava em sua “trilogia teologal”. No entanto, a sua publicação foi sendo preparada pelo trabalho sério e competente de seus discípulos, na “Fundación Xavier Zubiri”, em Madri. Além disso, os discípulos se dedicam à investigação das temáticas zubirianas, procurando explicitar progressivamente seu pensamento. Atualmente, percebe-se inclusive uma tentativa de prolongamento do pensamento zubiriano. Por isso, procuraremos analisar a interpretação e o aprofundamento dos seus discípulos, embora, por uma questão de espaço, tivemos de nos limitar a I. Ellacuría, A. Pintor-Ramos e A. Torres Queiruga. A escolha não foi aleatória, mas baseada na produção literária destes e na sua repercussão. Trata-se de um trabalho árduo e empenhativo, cujo objetivo é fornecer um guia para o aprofundamento de Zubiri.

2. Estudos introdutórios

Dentre os estudos introdutórios à obra do filósofo basco, convém destacar «Aproximación a la obra completa de Xavier Zubiri», de I. Ellacuría. O artigo, publicado logo após a morte de Zubiri, pretende ser «uma primeira aproximação à obra»; determinar «a consistência e as características da filosofia zubiriana»; e, por fim, percorrer o conjunto de sua obra publicada e inédita para ter uma idéia geral do modo e dos temas tratados pelo filósofo.5

I. Ellacuría considera Zubiri «o maior metafísico espanhol depois de Francisco Suárez (1548-1617)». Pretendeu fazer filosofia pura, à altura dos tempos, pensando sobre o todo das coisas reais enquanto reais. Sua filosofia consistiu em conceituar o que é a realidade, tanto natural quanto pessoal, tanto social quanto histórica e, dessa forma, da realidade em sua consideração transcendental. Dessa forma, afastamos, imediatamente, a possibilidade de qualificar a filosofia zubiriana de «filosofia teológica ou uma teologia filosófica». Para Ellacuría, Zubiri realizou, sobretudo, «uma metafísica intramundana, ainda que sua “mundanidade” esteja aberta a realidades transmundanas».6

Ao qualificar o tipo de filosofia realizado por X. Zubiri, Ellacuría enfatiza seu rechaço a toda a tentativa de considerá-lo um neo-escolástico, ou um neo-aristotélico, ou ainda, um conservador eclético. Ele considera a filosofia zubiriana «uma crítica radical de toda a filosofia anterior, que leva Zubiri a abordar todos os problemas sob outra perspectiva, terminando numa nova visão da realidade». Embora apreciasse o esforço intelectual do passado, Zubiri manteve um grande distanciamento das teses fundamentais da tradição filosófica, pois esta entrara num «processo de logificação da inteligência e num correspondente processo de entificação da realidade».7

Na terceira parte de seu artigo, Ellacuría agrupa a filosofia zubiriana em torno a seis grandes blocos temáticos: a filosofia da inteligência, o tema da realidade, Deus como estrito problema filosófico, estudos antropológicos, estudos cosmológicos e a história da filosofia. Naturalmente, a sistematização de Ellacuría não contempla as obras póstumas.8

A. Pintor-Ramos já publicou inúmeros trabalhos sobre o pensamento de X. Zubiri.9 Segundo Diego Gracia, «foi um dos poucos filósofos espanhóis que dedicaram anos da sua vida a situar corretamente Zubiri na filosofia européia do nosso século».10 Como estudos introdutórios, destacamos um pequeno volume sobre a Génesis y formación de la filosofía de Zubiri, publicado em 1979, e Zubiri (1898-1983), publicado em 1996.

No primeiro, conforme o próprio autor sublinha no «Prólogo a la segunda edición», procura fornecer alguns «elementos básicos para poder entrar, com alguma garantia, nas obras maduras de Zubiri».11 Pintor-Ramos não pretende «entrar diretamente no núcleo sistemático, ou nos problemas característicos» da filosofia zubiriana,12 mas apenas «indicar os diferentes momentos da atividade filosófica de Zubiri, contextualizando-os no marco da filosofia da época».13 É o olhar de um historiador a partir de quatro datas-chave: 1921, 1928, 1942 e 1962. Para Pintor-Ramos, a filosofia de Zubiri só é possível graças à mediação prolongada dos problemas que ocuparam a filosofia contemporânea: «nova conceituação da consciência como intencionalidade objetiva, nova relação da consciência com o desvelamento do ser, superação final do ser como momento já derivado de uma realidade elementar».14

Em 1986, Pintor-Ramos publica um artigo específico sobre a filosofia de Zubiri no pós-guerra,15 compreendendo o período posterior à guerra civil espanhola, de 1939 a 1962. No texto, o autor procura mais uma vez retificar certas distorções em torno da figura pública de Zubiri. O problema em debate afeta três âmbitos fundamentais:

«O choque da atitude intelectual de Zubiri com as rígidas diretrizes ideológicas oficiais, o choque de seu pensamento conhecido publicamente com a proclamada filosofia “oficial” e, finalmente, o choque do pensamento religioso de Zubiri com o que era então considerado o pensamento oficial da Igreja espanhola».16

Um dos esclarecimentos realizados por Pintor-Ramos gira em torno do pretenso «apoliticismo» de Zubiri: «não significa indiferença pela dimensão social do homem — tema tratado em sua filosofia —, nem pelos problemas da sociedade em que vive; significa a decisão consciente de não entrar na luta política e, a este respeito, manter-se numa atitude de “independência”».17 Pintor-Ramos considera «exagerado» dizer que Zubiri tenha assumido um «exílio interior», pois foi posto à margem dos canais de expressão e difusão das idéias e precisou recorrer a cursos privados para garantir recursos mínimos.

O segundo trabalho introdutório ao pensamento do filósofo basco publicado por A. Pintor-Ramos foi entregue ao mercado editorial em 1996. Em Zubiri (1898-1983), Pintor-Ramos procura «introduzir “em” Zubiri, determinando as forças intelectuais que alimentam seu pensamento e as linhas básicas nas quais estas se canalizam».18 A própria estrutura da obra e a «seleção de textos» ressaltam a centralidade da «realidade» no pensamento de Zubiri, fator que leva Pintor-Ramos a concluir: o leitor, malgrado as dificuldades, será «compensado pelo novo modo de situar-se diante da realidade, que tal filosofia propicia». Outro mérito desta filosofia reside na «implacável exigência de rigor» que a converte num dos instrumentos formativos mais adequados do nosso tempo para habituar a mente a proceder com rigor e precisão.19

No mesmo ano, Pintor-Ramos também publicou Realidad y Sentido desde una inspiración zubiriana.20 No «Prólogo», Diego Gracia demonstra que a obra se situa numa «fase de prolongamento do pensamento zubiriano, mediante desenvolvimentos que Zubiri não realizou».21 O próprio Pintor-Ramos afirma que sua obra se move em duas linhas complementares: uma, de «pôr à prova as virtualidades do pensamento zubiriano por caminhos que o filósofo não explorou suficientemente»; e outra, de «elevar, à altura de seu pensamento, temas ainda não abordados de modo suficientemente radical».22 Todos os temas tratados se relacionam com a moral e a história. No livro de Pintor-Ramos, a moral e a história «aparecem sistematicamente conectadas, a partir do centro axial determinado pela questão do “sentido” na filosofia de Zubiri».23

A tese final do primeiro capítulo é que «o ato noológico primordial, a impressão de realidade, é sumamente complexo. Tem uma estrutura, às vezes, intelectiva; outras, sentimental; e outras ainda, volitiva».24 O segundo e o terceiro capítulos são dedicados à ética. Procuram ver qual a possível fundamentação zubiriana da ética.25 O capítulo seguinte se situa num nível diferente dos anteriores. Os três primeiros se ocupavam dos componentes básicos do ato de apreensão primordial da realidade. Este último se ocupa de um momento ulterior, o do logos. «É o momento no qual aparecem as coisas-sentido e, com elas, a linguagem. Portanto, este é o nível no qual torna-se possível conectar a filosofia zubiriana com todas as análises fenomenológicas do sentido e com os movimentos da filosofia hermenêutica».26 O quinto e o último capítulos são dedicados à filosofia e sua história.

Sendo prolongamento do pensamento zubiriano, Realidad y Sentido desde una inspiración zubiriana supõe, como referência constante, seu livro anterior, Realidad y Verdad: las bases de la filosofía de Zubiri27 — «uma introdução ao pensamento de Zubiri centrando-se no núcleo básico de idéias, no qual os múltiplos problemas concretos estão enraizados».28 Pintor-Ramos afirma que Realidad y Verdad expõe suas seguranças, contendo um argumento completo e sistemático, ao passo que Realidad y Sentido expõe suas esperanças e suas dúvidas, explorando caminhos mal definidos. «Se o primeiro poderia seguir, sendo válido, ainda que os esboços do segundo estivessem equivocados, o segundo careceria de qualquer consistência sem o primeiro».29

Em Realidad y Verdad, Pintor-Ramos toma um tema concreto — a verdade —, segue seu desenvolvimento e analisa seu alcance para compreender a filosofia zubiriana. A verdade aparece como um tema explícito ao longo de toda a obra de Zubiri. É um dos temas mais clássicos e permanentes da filosofia de todos os tempos. Através do estudo aprofundado deste tema, Pintor-Ramos confronta o pensamento de Zubiri com algumas das abordagens mais clássicas da história da filosofia. Desta forma, precisa a posição do Autor e, simultaneamente, indica possíveis direções nas quais se poderia prolongar seu pensamento.

A obra é uma «“introdução” que pretende acentuar criticamente o substrato básico, ao qual todo leitor e estudioso de Zubiri precisará remeter-se, para apropriar-se de seu pensamento e avaliá-lo com rigor».30 Ao longo dos seis capítulos que compõem Realidad y Verdad, Pintor-Ramos demonstra as três características tradicionais da filosofia, às quais Zubiri procura ser fiel: a “radicalidade”, a “ultimidade” (ultimidad) e a qualificação “teorética”.31 Como conseqüência desta última, destaca-se, na concepção zubiriana de filosofia, o “rigor”. Em todos os escritos zubirianos existe uma densidade de idéias expressas com todo o rigor da concatenação lógica, um interminável afã de “precisão”, “claridade” e “concisão”. Nesta linha, aparecem os recursos estilísticos de Zubiri: neologismos léxicos e semânticos, busca de novos termos técnicos, entre outras.

3. A idéia de filosofia

As teses filosóficas de Zubiri foram aprofundadas sobretudo por I. Ellacuría.32 Contudo, o seu brutal assassinato, junto a cinco companheiros, por uma unidade do exército nicaragüense, pôs «um trágico ponto final num projeto intelectual que pretendia oferecer uma interessante interpretação, em perspectiva latino-americana, do pensamento de Xavier Zubiri».33 De acordo com E. Solari,34 ninguém aprofundou a recepção de Zubiri na América Latina. No entanto, é certo que alguns discípulos viveram e ensinaram na América Latina, sobretudo I. Ellacuría e G. Marquínez Argote, e outros tantos filósofos e teólogos da libertação reconhecem a influência de Zubiri: J. C. Scannone, J. Sobrino, E. Dussel, A. González, entre outros. Parte importante da filosofia produzida na América Latina depende — direta ou indiretamente — de Zubiri.35

Segundo A. González, Filosofía de la realidad histórica é «uma peça-chave para compreender não só a produção estritamente filosófica de Ellacuría, como também seu pensamento teológico e sócio-político».36 A obra é uma tentativa de fundamentar o conceito teórico de “práxis histórica” a partir da análise estrutural das suas notas constitutivas: da matéria até à pessoa, do indivíduo até à sociedade. Nesse sentido, a principal contribuição de Ellacuría, de nítida matriz zubiriana, é a concepção da práxis humana como apropriação e transmissão de possibilidades. Para Diego Gracia, é importante destacar que a tese zubiriana de que «o homem precisa assumir a realidade», em Ellacuría, se transforma em outra: «o ser humano está obrigado a assumir a realidade e a se assumir com ela. Este é o imperativo ético».37 A história, para ele, é o lugar da realização da ética.

Ellacuría apresenta a realidade histórica como um grau da realidade que compreende todos os demais: na realidade histórica está presente a realidade física (o movimento da terra, as mudanças climáticas, os limites físicos do homem), a realidade orgânica (plantas, frutos, plantações, as necessidades do homem enquanto organismo vivo), a realidade animal (o homem é um animal, ainda que distinto dos demais animais), a realidade humana em seus níveis pessoal, psicológico, familiar, grupal, social e político-econômico. Nenhum nível da realidade compreende os posteriores (por exemplo, nos vegetais não há nada de animalidade ou de humanidade), e em cada nível estão os anteriores (por exemplo, no animal está o físico e o orgânico).38 Daí se segue, em Ellacuría, uma paixão pela história, pois nela resulta abarcado todo o real. Uma paixão por interpretar a história e agir nela. A história é nossa própria realidade em sua dinamicidade; uma realidade essencialmente aberta, por fazer, que se está fazendo, que já começou a fazer-se.

Sua paixão pela história levou-o a buscar um novo modo de fazer também teologia, a partir da realidade: a “teologia histórica”. Esta consiste em refletir sobre a fé a partir do presente histórico (e sobretudo a partir das situações desumanas que requerem uma atenção especial) e refletir sobre o presente histórico a partir da fé, não só para compreender o presente, como também para incidir nele, tornando-o mais humano. Nesse sentido, a Teologia da Libertação seria o que academicamente se costuma denominar uma “teologia fundamental”, ou seja, uma reflexão acerca dos fundamentos da fé e do método a utilizar em sua elaboração.

Filosofía de la realidad histórica aprofunda teses já mencionadas em 1970, data da publicação do longo artigo intitulado «La idea de filosofía en Xavier Zubiri».39 Neste artigo, I. Ellacuría investiga a idéia de filosofia em Xavier Zubiri, respeitando o seu progresso e o seu desenvolvimento. Divide a abordagem em duas seções: a primeira, abarca os escritos anteriores a 1962; a segunda, analisa Sobre la esencia.40

No seu entender, Zubiri acede à idéia de filosofia por três caminhos: «pela análise do que é filosofar como atitude singular do homem; pela contraposição da filosofia à ciência moderna; e pela discussão do objeto da filosofia».41 «Só no fim de cada filosofia se chega a saber o que ela é». Foi o que ocorreu com Zubiri. À medida que seu pensamento foi avançando, sua idéia da filosofia também foi se esclarecendo. «A filosofia é, para ele, metafísica. O metafísico é o sistema transcendental e dinâmico da realidade».42 Quanto ao objeto, a filosofia zubiriana investiga as coisas “tal como são” presentes ao homem, para descobrir nelas o que é a realidade. «Seu objeto não é a realidade em geral, mas o caráter físico, distinto e estruturalmente modulado da realidade, determinado pela função transcendental das distintas coisas, “tal como são”».43

4. Inteligência “sentiente”

Como sempre ocorre na filosofia, uma nova concepção de realidade implica uma nova concepção de inteligência.44 Assim, depois de Sobre la esencia, Zubiri publica a trilogia Inteligencia Sentiente. Logo após a publicação do primeiro volume,45 Ellacuría comenta «La nueva obra de Zubiri»,46 que encerra o que o filósofo basco podia pensar sobre o problema do inteligir, do conhecer e do saber. O primeiro volume tinha autoridade suficiente para merecer a atenção de Ellacuría e, no ano seguinte, de Pintor-Ramos.47 Ademais, a segunda e a terceira partes são prossecução dos temas básicos tratados na primeira. Ellacuría pretende dar uma contribuição à apresentação do trabalho de Zubiri, oferecendo uma pequena introdução contextual ao seu estudo, assim como fizera com Sobre la esencia.48 Divide seu trabalho em duas seções: uma sobre o significado sócio-cultural da obra de Zubiri; e outra sobre o seu significado intelectual.

A contribuição intelectual de Zubiri está contida numa «única idéia»49: «a intelecção humana é formalmente mera atualização do real na inteligência “sentiente”».50 Em breves páginas, Ellacuría analisa os dois conceitos fundamentais dessa proposição: «inteligência sentiente» e «atualização». Zubiri refuta radicalmente a oposição entre o sentir e o inteligir que, conseqüentemente, levava à dicotomia entre o homem e a realidade. Para ele, a inteligência possui um caráter “sentiente”. «Não significa que a inteligência está indissolúvel, permanente e estruturalmente entrelaçada com o sentimento. “Sentiente” se refere… aos sentidos, à sensibilidade».51 Zubiri assumiu a sensibilidade como acesso à verdadeira realidade. E mais do que isso: «os sentidos nos fornecem os distintos e complexos modos de inteligir».52 Ou seja, cada sentido, em função de seu órgão, «me apresenta a realidade de forma diferente».53

O segundo grande conceito é a intelecção como mera atualização do real. De acordo com Ellacuría, para realizar uma crítica radical do conceptualismo e do abstracionismo, Zubiri precisou elaborar uma nova categoria, a categoria de “atualidade”. Nosso Autor insiste que, desde os gregos, a filosofia cometeu o grave erro da “logificação da inteligência”. A razão foi reduzida basicamente à capacidade de gerar conceitos abstratos, convertendo-se, dessa forma, no que Zubiri denomina “inteligência concipiente”. Conseqüentemente, é preciso realizar uma reviravolta através da “inteligização do logos”. «Isto significa que a principal e radical função da inteligência é deixar-se apoderar pela realidade “sentientemente” apreendida, ficar apoderada por ela, de modo a que as demais funções intelectivas se desenvolvam a partir desta radical implantação na realidade».54

A. Pintor-Ramos, por sua vez, pretende «destacar o horizonte a partir do qual se pode afrontar o estudo da obra»: «colocação adequada na trajetória de seu autor, identificação do problema ou problemas básicos em debate, importância histórica de tal problemática, e alcance de sua abordagem para o pensamento do filósofo».55

Ao longo da história da filosofia, o problema do conhecimento sempre se concentrou na dualidade das suas fontes: sensibilidade e inteligência. No entanto, para Pintor-Ramos, Zubiri não pretende contrapor uma nova teoria às teorias tradicionais, mas «antepor a toda a possível teoria uma análise elementar e completa dos fatos».56 O problema não é a dualidade, pois tal abordagem já supõe uma hipótese: «a sensibilidade humana e a animal são fundamentalmente idênticas».57 Este é o fio condutor de toda a obra.58

Para entender a obra é preciso ter sempre presente que o problema de fundo é a constituição formal da intelecção. Logo, para Pintor-Ramos, «mais que de “inteligência sentiente”, rigorosamente falando, se trataria de “intelecção sentiente”».59 De acordo com ele, e apoiando-se em indicações do próprio Zubiri,60 a obra pode ser dividida em três blocos: «apresentação do tema, síntese do percurso e enlace com temas ulteriores que continuariam a análise»;61 «análise da “intelecção sentiente”, de todos e de cada um de seus componentes»;62 e «a intelecção tanto como ato quanto como resultado».63

5. O conhecimento de Deus

O tema de Deus foi a preocupação constante e o motor secreto do pensamento metafísico de Zubiri.64 Desde 1935, data em que Zubiri anunciou o tema da “religação”,65 até 1984, quando El hombre y Dios culminou sua abordagem, muitos se ocuparam deste filão zubiriano.66 No momento, vamos nos deter em A. Torres Queiruga,67 que julgamos ser, pelo número de trabalhos, o que mais aprofundou o tema de Deus em Zubiri.

Comecemos pelo período de penetração no pensamento zubiriano, analisando a sua tese de habilitação à cátedra de filosofia — Noción, Religación, Trascendencia. Na «Presentación», García-Sabell destaca que Torres Queiruga salva a realidade filosófica do pensador basco, junto à de Amor Ruibal: «duas criaturas ocupadas em fundamentar o nosso ser no Ser supremo».68 De fato, o teólogo galego realiza um confronto entre o pensamento sintético de Amor Ruibal e o analítico de Xavier Zubiri. Zubiri «mostra mais explicitamente e com maior exatidão as conexões com a marcha atual da filosofia».69 A aproximação do pensamento dos dois não pretende transformar Zubiri numa espécie de comentarista de Amor Ruibal, mas libertar seu pensamento do perigo de «escolasticismo». Diante da «atomização da atividade filosófica» na península ibérica,70 Torres Queiruga pretende colaborar na «criação de uma tradição filosófica que assegure a confluência acumulativa dos distintos esforços».71

No horizonte de rompimento com o escolasticismo e de “retorno às coisas mesmas”, nasce a concepção de conhecimento prévia a qualquer conceito e à distinção sujeito-objeto.72 E olhando mais concretamente para a abordagem zubiriana do problema de Deus, Torres Queiruga enumera os seguintes passos: (1) apresentação do tema da “religação”: «En torno al problema de Dios», 1936; (2) análise da sua articulação com a questão das “provas” da existência de Deus: «Introducción al problema de Dios», 1963; e (3) implicações antropológicas e religiosas: El hombre y Dios, 1984.73

De acordo com Torres Queiruga, a concepção de conhecimento primordial em Zubiri baseia-se na valorização da «sensação»: como modo cognoscitivo que permite à realidade ser ela mesma, apresentar-se “de per si” (de suyo); e como garantia da presença do real na atividade cognoscitiva. Definitivamente, a sensação interessa não enquanto torna presente um “conteúdo” determinado, mas enquanto, nesse conteúdo, torna presente a “realidade”.74 Com o conceito “de per si”, Zubiri pretende preservar a dignidade do real desmembrando-o da sua relação com o homem.75 É um momento de autonomia em relação ao homem. No entanto, para Torres Queiruga, mais do que garantir a autonomia do real, o “de per si” mostra a sua estrita dependência do homem, pois seria justamente a formalidade humana.76

Outro marco fundamental de Zubiri analisado por Torres Queiruga é «o acesso primário a Deus: “religação” e conhecimento espontâneo». El hombre y Dios se encontra bastante determinado pela referência à “religação”. Diante dessa constatação, o teólogo galego procura estabelecer um certo distanciamento, unido a uma busca de “contextualização”, para evitar o “imperialismo hermenêutico” desta categoria.77 No capítulo oitavo de sua tese,78 declara:

«Depois de um estudo demorado, estou convencido de que sua contribuição mais interessante e nova, mais original e fecunda diante do problema de Deus não está na “religação”, mas … na atenção que dedica ao aspecto vivencial e experiencial do conhecimento divino». Em outras palavras, «as relações entre a fé e o conhecimento, em sua aplicação a Deus, adquirem uma unidade tão íntima e orgânica, a partir de dentro da própria abordagem, que constituem uma autêntica sementeira para a teologia».79

Torres Queiruga analisa «o acesso do homem a Deus»,80 de acordo com a seguinte estrutura: as condições de possibilidade desse acesso; a fé como meio de sua realização; as relações entre a inteligência e a fé; e questões complementares. As condições desse acesso estão «na radical abertura de ambos [Deus e o homem] ao real enquanto real»: de Deus, enquanto fundamento último, e do homem, enquanto essência aberta.81 Embora haja uma «presença divina prévia» em cada um de nós, o acesso pleno só é produzido mediante a resposta do homem, mediante a «entrega».82 De acordo com Torres Queiruga, Zubiri se serve da «causalidade pessoal» para aprofundar a idéia de acesso pleno.83 Trata-se de uma intuição semelhante à «teonomia» de Paul Tillich: «a razão autônoma unida à sua própria profundidade».84

Quanto à abordagem zubiriana da fé, na interpretação de Torres Queiruga, o filósofo basco parte da manifestação da insuficiência da definição tradicional de fé. A fé passa a ser «entrega a uma pessoa»85 e, como tal, adesão pessoal, certeza firme e opção livre.86 A intenção primária de Zubiri é afirmar a unidade conhecimento-fé, apesar da diferença. De acordo com o filósofo basco, tal unidade se revela em «vontade de verdade real», que se distingue conforme a índole da realidade a que se dirige.87 A vontade de verdade real, por sua vez, se manifesta como «vontade de “fundamentalidade”». Mais do que mera possibilidade, é uma «atitude» de entrega ao fundamento buscado.88 Contudo, atualmente se verifica uma certa dissociação — a dissociação daqueles que se proclamam “religiosos”, mas vivem considerando Deus «como uma realidade em e por si mesma, e nada mais».89 A partir dessa perspectiva, Zubiri explica o agnosticismo, a indiferença e o ateísmo.

Além da tese de habilitação, devemos mencionar, ainda que brevemente, o estudo sobre «El hombre como experiencia de Dios en Zubiri».90 Nele, Torres Queiruga faz uma abordagem genérica à “experiência”, e efetua a análise da “religação” como radicação experiencial e da experiência de Deus: o “modo” de experiência e a condição de possibilidade. Tratar da “experiência” de modo genérico já é complicado; aplicá-la diretamente a Deus é quase impossível. No entanto, Zubiri chega a expressões de rara precisão, partindo de dois ângulos principais: a sua gnosiologia da “sensação” e o seu conceito de “causalidade pessoal”.91 Lendo Zubiri, percebe-se a presença viva e influente do ambiente teológico renovador, concretamente através de Karl Rahner, e do projeto idealista, mais precisamente de Hegel.92

Depois da fase de penetração no pensamento de Xavier Zubiri, Torres Queiruga inicia uma fase de prolongamento de aspectos da concepção zubiriana.93 Num pequeno opúsculo de 1991,94 Torres Queiruga vale-se de quatro metáforas para manifestar «o rosto de Deus em nossa história»: «o fundamento do ser» (P. Tillich), «o grande companheiro» (A. Whitehead), «a negra» (teologia feminista) e «Pai/Mãe» (Jesus de Nazaré).

O rosto de Deus descrito pelo teólogo galego, especialmente a partir da primeira e da segunda metáforas, assemelha-se ao descrito por Zubiri como a realidade acedida no final do processo intelectivo do homem. Alguns conceitos chegam a ser idênticos. Veja-se, por exemplo, a manifestação de «Deus como fundamento e fonte do ser».95 Conseqüentemente: «Deus não está fora, mas dentro»;96 «Deus está sendo através de nós, manifestando-se em nós e empurrando-nos para que caminhemos, avancemos e sejamos mais»;97 «Deus “é/faz” todas as coisas».98 Junto com a concepção de Deus, Torres Queiruga aborda outras temáticas de nítida conotação zubiriana: a história religiosa da humanidade como uma busca do rosto verdadeiro de Deus;99 a progressividade da revelação como resultado da finitude de nossa inteligência e de nossa liberdade;100 a existência do mal como resultado da finitude da realidade.101

Em 1997, o teólogo galego retoma a temática da evolução do dogma, pois sente a necessidade de repensar todo o conjunto da fé. O desafio atual, para ele, é retraduzir globalmente o cristianismo.102 As palavras e as proposições têm significado em seu contexto: se este muda, aquelas o perdem. Os conceitos teológicos estavam justificados no contexto em que surgiram, mas hoje adquirem um significado diferente. «Se se quer seguir mantendo o que a Bíblia ensina, impõe-se … uma transformação radical da linguagem».103 A solução é «mudar o vocabulário e, sobretudo, introduzir os significados, explicitamente, na nova rede conceptual».104 Implica duas coisas: «um profundo e verdadeiro respeito pelo passado» e «uma necessária modéstia», pois se trata de uma tarefa lenta, que só poderá ser realizada por toda a comunidade dos fiéis.105

O grande objetivo de Torres Queiruga é repensar o problema de Deus. Ajudar a descobrir um Deus digno do homem: amor sem limites; anti-mal; que quer que cumpramos nossas obrigações morais.106 «Sua intenção é tornar consciente o novo modo com que experimentamos, hoje, Deus, tratando, assim, de vivenciar sua verdadeira relação conosco».107 Conseqüentemente, será preciso compreender o sentido real da religião, rompendo os dualismos entre o sagrado e o profano, entre o que pertence a Deus e o que nos pertence. «Quando a pessoa humana se compreende a partir da ação criadora divina, tudo se torna santo e profano».108 Assim, na primeira parte, Torres Queiruga procura repensar o problema de Deus, criador do céu e da terra, e de criadores. A partir dessa «fundamentação», com grande «coerência interna», ele repensa a relação entre moral e religião, a questão da culpa e do perdão e, finalmente, a oração de petição.109 Não se trata de um “juízo”, mas de uma análise estritamente “objetiva”, preocupada somente com os efeitos.

Em 1998, o teólogo galego publica uma série de reflexões procurando aproximar-se do problema real de Deus, na modernidade, visto que, nela, a abordagem do problema de Deus sofre uma divisão decisiva.110 Na modernidade inicia-se um fenômeno de importância capital: “o ateísmo”. Sua perspectiva é “dialógica”, pois busca «o que afeta a todos», cruzando facilmente a fronteira que a modernidade estabeleceu entre a filosofia e a teologia. Teologicamente, procura esclarecer, a partir de «dentro», «o que lhe parece o sentido autêntico do religioso na cultura atual».111 Filosoficamente, manifesta a sua crítica como questionador «externo», «como desafio e estímulo à reflexão sobre o religioso».112 A dinâmica interna vai «do “problema” radical, que se apresenta com o início da modernidade, às “dificuldades e prospectivas” que marcam a situação atual, passando por algumas “propostas concretas” que podem ajudar a vislumbrar o que está em jogo».113

Torres Queiruga apresenta quatro propostas concretas: 1) a obra de John H. Newman, que «examina a possibilidade — lógica e psicológica — da fé em Deus»; 2) o ensaio de Heidegger, que «torna evidente a polaridade do problema: a máxima ausência aponta à possibilidade da máxima presença»; 3) a proposta de Zubiri que, «como alternativa à proposta heideggeriana», evidencia o realismo espanhol; e 4) a parábola de Flew, para retomar «o problema da objetivação da transcendência e a conseqüente pergunta acerca da possibilidade e legitimidade da “linguagem religiosa”».114


  1. Veja-se o esboço sucinto realizado por E. Solari, «La filosofía de la religión de Xavier Zubiri»: Revista Agustiniana XLII, 128 (2001) 517-635. ↩︎

  2. Sobretudo: F. Rosenzweig, La stella della redenzione, Genova 1985; E. Lévinas, Totalidad e Infinito. Ensayo sobre la exterioridad (trad. D. Guillot), Salamanca 1977; Id., De otro modo que ser, o más allá de la esencia (trad. A. Pintor-Ramos), Salamanca 1987; Id., Ética e Infinito (trad. J. M. Ayuso), Madrid 1991. ↩︎

  3. Sobretudo: J. Derrida, «Fe y saber. Las dos fuentes de la ‘religión’ en los límites de la mera razón»: La religión (trad. C. de Peretti e P. Vidarte), Madrid 1996, p. 7-106; G. Vattimo, «La huella de la huella»: La religión (trad. E. Benítez), Madrid 1996, p. 107-129; Id., Creer que se cree (trad. C. Revilla), Barcelona 1996. ↩︎

  4. (NHD) Naturaleza, Historia, Dios. Madrid: Nacional (1944) Alianza Editorial 199911; (SE) Sobre la esencia, Madrid: SEP,(1962), Alianza Editorial, 19855; (CLF) Cinco lecciones de filosofía. Madrid: SEP/Moneda y Crédito, (1963) 19803; (IS) Inteligencia sentiente. Inteligencia y realidad. Madrid: Alianza Editorial/SEP, (1980) 19843; (IL) Inteligencia y Logos. Madrid: Alianza Editorial/SEP,1982; (SEAF) Siete ensayos de antropología filosófica. Edição preparada por Germán Marquinez Argote. Bogotá: Universidad de Santo Tomás, 1982; (IR) Inteligencia y Razón. Madrid: Alianza Editorial/SEP, 1983. ↩︎

  5. I. Ellacuría, «Aproximación a la obra completa de Xavier Zubiri»: Estudios Centroamericanos 421-422 (1983) 965-983, p. 965. ↩︎

  6. Ibidem, p. 968. ↩︎

  7. Ibidem, p. 974-975. ↩︎

  8. (HD) El hombre y Dios, Madrid (1984) 19986; (SH) Sobre el hombre, Madrid 1986; (EDR) Estructura dinámica de la realidad, Madrid (1989) 19952; (SSV) Sobre el sentimiento y la volición, Madrid 1992; (PFHR) El problema filosófico de la historia de las religiones, Madrid 1993; (PFMO) Los problemas fundamentales de la metafísica occidental, Madrid 1994; (SPF) Sobre el problema de la filosofía, Madrid 1996, Fascículo 3; (ETM) Espacio. Tiempo. Materia, Madrid 1996; (PTHC) El problema teologal del hombre: Cristianismo, Madrid 1997; (HV) El hombre y la verdad, Madrid 1999; (PE) Primeros escritos (1921-1926), Madrid 1999. ↩︎

  9. Pintor Ramos, A., «Zubiri: una filosofía de la religión cristiana»: Salmanticensis, vol. XLII, Fasc.3, setembro-dezembro 1995, Universidad Pontificia de Salamanca, p. 369-399; Id., «Zubiri, Antonio»: X. Pikaza; N. Silanes (dir.), Diccionario Teológico. El Dios cristiano, Salamanca 1992, 1483-1487; Id., Génesis y formación de la filosofía de Zubiri, Salamanca 19963; Id., La filosofía de Zubiri y su género literario, Madrid 1995; Id., Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993; Id., Realidad y verdad. Las bases de la filosofía de Zubiri, Salamanca 1994; Id., Zubiri (1898-1983), Madrid 1996; Id., «Dios como problema en Zubiri»: Universitas Philosophica 4 (1985) 29-44; Id., «Dios y el problema de la realidad en Zubiri»: Cuadernos de Pensamiento 1 (1987) 107-121; Id., «El problematismo de la realidad como problema de Dios, según Zubiri»: Religión y Cultura 31 (1985) 341-358; Id., «Religación y “prueba” de Dios en Zubiri»: Razón y Fe 218 (1988) 319-336, reedição: Revista Española de Teología 48 (1988) 133-148; Id., «Zubiri y su filosofía en la postguerra»: Religión y Cultura 32 (1986) 5-55; Id., «Zubiri y la Fenomenología»: Realitas. III-IV, 1976-1979, Madrid 1979, p. 389-565; Id., «La “maduración” de Zubiri y la fenomenología»: Naturaleza y Gracia 26 (1979) 299-353; Id., «Ni intelectualismo ni sensismo: Inteligencia sentiente»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía 9 (1982) 201-218; Id., «El magisterio intelectual de Ortega y la filosofía de Zubiri»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía 10 (1983) 55-78; Id., «X. Zubiri. In memoriam»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía 10 (1983) 299-305; Id., «Seminario Xavier Zubiri. Orígenes, realizaciones, proyectos»: Actas del III Seminario de Historia de la filosofía española, Salamanca 1983, p. 179-188; Id., «La verdad real en Zubiri»: Aporia 5/19-20 (1983) 5-44; Id., «Zubiri en el panorama de la filosofía contemporánea»: Zubiri: pensamiento y ciencia. In memoriam. Xavier Zubiri (1898-1983), Santander 1983, p. 9-32; Id., «La filosofía de la inteligencia de Zubiri»: Revista Latinoamericana de Filosofía 10 (1984) 71-80; Id., «Metafísica, historia y antropología. Sobre el fundamento de la antropología filosófica»: Pensamiento 41(1985) 3-36; Id., «El joven Zubiri: fenomenología y escolástica»: La Ciudad de Dios 199 (1986) 311-326; Id., «La doctrina del logos y la verdad dual en Zubiri»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía 13 (1986) 277-314; Id., «El lenguaje en Zubiri»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía 14 (1987) 93-133; Id., «Heidegger en la filosofía española. La eficacia de Heidegger en las filosofías de Ortega y Zubiri»: Revista de Filosofía (México) 23 (1990) 150-186; Id., «El hecho moral en Zubiri»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía 17 (1990) 199-217; Id., «Realidad y bondad transcendental en Zubiri»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía 18 (1991) 81-118; Id., «La filosofía y su historia en Zubiri»: Revista Agustiniana 34 (1993) 267-310; Id., «Vigencia de la filosofía de Zubiri»: Diálogo Filosófico, 9/25 (1993), p. 6570; Id., «La filosofía de la historia en la época del nihilismo»: Análisis, 55 (1993), p. 4397; Id., «La filosofía y su historia en Zubiri»: Revista Agustiniana 103 (1993) 267-310; Id., «En Las fronteras de la fenomenología: la noologia de Zubiri»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía XXI (1994), p. 245-284; Id., «Intelectualismo e inteleccionismo»: Del sentido a la realidad (Estudios sobre la filosofía de Zubiri), Madrid 1995, p. 109-128. ↩︎

  10. D. Gracia, «Prólogo»: A. Pintor-Ramos, Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993, p. 17. ↩︎

  11. A. Pintor-Ramos, Génesis y formación de la filosofía de Zubiri, Salamanca 19963, p. 10. ↩︎

  12. Ibidem, p. 15. ↩︎

  13. Ibidem, p. 18, 117. ↩︎

  14. Ibidem, p. 120. ↩︎

  15. Cf. A. Pintor-Ramos, «Zubiri y su filosofía en la postguerra»: Religión y Cultura 32 (1986) 5-55. ↩︎

  16. Ibidem, p. 11. ↩︎

  17. Ibidem, p. 9. ↩︎

  18. A. Pintor-Ramos, Zubiri (1898-1983), Madri 1996, p. 15. ↩︎

  19. Ibidem, p. 54. ↩︎

  20. A. Pintor-Ramos, Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993. ↩︎

  21. D. Gracia, «Prólogo»: A. Pintor-Ramos, Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993, p. 21. ↩︎

  22. A. Pintor-Ramos, Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993, p. 24-25. ↩︎

  23. Ibidem, p. 26. ↩︎

  24. D. Gracia, «Prólogo»: A. Pintor-Ramos, Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993, p. 19. ↩︎

  25. Ética y Estética en Xavier Zubiri, Madrid 1996, procura manifestar o lugar da ética e da estética no pensamento zubiriano e a conceituação específica que Zubiri faz delas no conjunto de sua obra, bem como a influência que seu pensamento exerceu sobre estas questões na filosofia espanhola do século XX. ↩︎

  26. D. Gracia, «Prólogo»: A. Pintor-Ramos, Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993, p. 20. ↩︎

  27. A. Pintor-Ramos, Realidad y verdad. Las bases de la filosofía de Zubiri, Salamanca 1994. ↩︎

  28. Ibidem, p. 15. ↩︎

  29. A. Pintor-Ramos, Realidad y sentido. Desde una inspiración zubiriana, Salamanca 1993, p. 25-26. ↩︎

  30. A. Pintor-Ramos, Realidad y verdad. Las bases de la filosofía de Zubiri, Salamanca 1994, p. 16. ↩︎

  31. Cf. Ibidem, p. 345-355. ↩︎

  32. Cf. I. Ellacuría, «Antropologia de Xavier Zubiri»: Revista de Psiquiatría y Psicología Médica de Europa y América Latina 6 (1964) 305-307 e 7 (1964) 483-508; La principialidad de la esencia en Xavier Zubiri (Tese doutoral na Universidade Complutense), Madrid 1965 (à qual, infelizmente, não tivemos acesso); Indices de «Sobre la esencia» de Xavier Zubiri, Madrid 1965; «La historicidad del hombre en X. Zubiri»: Estudios de Deusto XIV, 28 (1966) 245-286; 523-548; «La religación, actitud radical del hombre»: Asclepio 16 (1964) 97-155; «La idea de filosofía en Xavier Zubiri»: Homenaje a Xavier Zubiri I, Madrid 1970, p. 459-523; «Presentación»: Realitas I (1974) 5-7; «La idea de estructura en la filosofía de Xavier Zubiri»: Realitas I (1974) 71-139; «El espacio»: Realitas I (1974) 479-514; «La antropología filosófica de Xavier Zubiri»: P. Lain Entralgo (dir.), Historia universal de la medicina, vol. VII, Barcelona 1975, p. 109-112; «Introducción crítica a la antropología filosófica de Zubiri»: Realitas II, Madrid 1976, p. 49-137; «Zubiri en El Salvador»: Revista de Estudios Centroamericanos 361-362 (1978) 949-950; «Zubiri, filósofo teologal»: Vida Nueva 1249 (1980) 45; «La nueva obra de Zubiri: ‘Inteligencia sentiente’»: Razón y Fe 203 (1981) 126-139; «Aproximación a la obra completa de Xavier Zubiri»: Revista de Estudios Centroamericanos 421-422 (1983) 965-983; «Aproximación a la obra filosófica de Xavier Zubiri»: I. Tellechea Idígoras (ed.), Zubiri (1898-1983), Vitoria 1984, p. 37-66; «Voluntad de fundamentalidad y voluntad de verdad: conocimiento-fe y su configuración histórica»: Revista Latinoamericana de Teología 8 (1986) 113-131; «La superación del reduccionismo idealista en Zubiri»: Revista de Estudios Centroamericanos 43 (1988) 633-650; Filosofía de la realidad histórica, Madrid 1991. ↩︎

  33. A. González, «Prólogo»: I. Ellacuría, Filosofía de la realidad histórica, Madrid 1991, p. 11. ↩︎

  34. Cf. E. Solari, «La filosofía de la religión de Xavier Zubiri»: Revista Agustiniana XLII, 128 (2001) 517-635. ↩︎

  35. Cf. G. Marquínez Argote, «Ortega y Zubiri o la expresión filosófica de España»: Sobre filosofía española y latinoamericana, Bogotá 1987, p. 69-80; cf. M. Domínguez-Miranda, «Filosofía cristiana no escolástica en Latinoamérica»: Filosofía Cristiana 3 (trad. I. Murillo e outros), Madrid 1997, p. 624-687; cf. J. C. Scannone, «Liberación. Un aporte original del cristianismo latinoamericano»: Enciclopedia Iberoamericana de Filosofía: Religión 3, Madrid 1993, p. 93-105. ↩︎

  36. A. González, «Prólogo»: I. Ellacuría, Filosofía de la realidad histórica, Madrid 1991, p. 11. ↩︎

  37. D. Gracia, «Contracapa»: I. Ellacuría, Filosofía de la realidad histórica, Madrid 1991. ↩︎

  38. Cf. I. Ellacuría, «La idea de filosofía en Xavier Zubiri»: Homenaje a Xavier Zubiri I, Madrid 1970, p. 521-522. ↩︎

  39. Ibidem, p. 461-523. ↩︎

  40. Ibidem, p. 461-462. ↩︎

  41. Ibidem, p. 462; cf. Ibidem, p. 520. ↩︎

  42. Ibidem, p. 522, 523. ↩︎

  43. Ibidem, p. 523. ↩︎

  44. Cf. A. Pintor-Ramos, «Ni intelectualismo ni sensismo: inteligencia sentiente»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía IX (1982) 204, 218. ↩︎

  45. X. Zubiri, Inteligencia Sentiente. Inteligencia y realidad, Madrid (1980) 19843↩︎

  46. I. Ellacuría, «La nueva obra de Zubiri: “Inteligencia Sentiente”»: Razón y Fe 203 (1981) 126-139. ↩︎

  47. Cf. A. Pintor-Ramos, «Ni intelectualismo ni sensismo: inteligencia sentiente»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía IX (1982) 201-218. ↩︎

  48. Cf. I. Ellacuría, Indices de «Sobre la esencia» de Xavier Zubiri, Madrid 1965. ↩︎

  49. IS 14. ↩︎

  50. IS 13. ↩︎

  51. I. Ellacuría, «La nueva obra de Zubiri: “Inteligencia Sentiente”»: Razón y Fe 203 (1981), p. 134. ↩︎

  52. Ibidem, p. 135. ↩︎

  53. IS 100. ↩︎

  54. I. Ellacuría, «La nueva obra de Zubiri: “Inteligencia Sentiente”»: Razón y Fe 203 (1981), p. 136. ↩︎

  55. A. Pintor-Ramos, «Ni intelectualismo ni sensismo: inteligencia sentiente»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía IX (1982), p. 202. ↩︎

  56. Ibidem, p. 207. ↩︎

  57. Ibidem↩︎

  58. IS 12, 14, 20, 21, 25, 82, 123, 143, 145, 156, 202, 203, 252, 285. ↩︎

  59. A. Pintor-Ramos, «Ni intelectualismo ni sensismo: inteligencia sentiente»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía IX (1982), p. 212, 215. ↩︎

  60. Cf. IS 26, 126, 133, 242, 247. ↩︎

  61. Capítulos I, IX e X. ↩︎

  62. Capítulos II, III e IV. ↩︎

  63. Capítulos V, VI, VII e VIII. Divisão apresentada em A. Pintor-Ramos, «Ni intelectualismo ni sensismo: inteligencia sentiente»: Cuadernos Salmantinos de Filosofía IX (1982), p. 212-213. ↩︎

  64. Cf. A. Torres Queiruga, «Inteligencia y fe. El conocimiento de Dios en la filosofía de Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 64 (1989) 141-171, p. 141. ↩︎

  65. «En torno al problema de Dios»: Naturaleza, Historia, Dios, Madrid (1944) 199911, p. 417-454. ↩︎

  66. Naturalmente, o elenco que segue não inclui os trabalhos de Ellacuría e Pintor-Ramos: A. Álvarez; R. Martínez Castro (ed.), La filosofía de Zubiri en el contexto de la crisis europea, Santiago 1996; F. Alluntis, «El hombre y Dios, de Xavier Zubiri»: Muga 7/47 (1985) 32-47; J. Andrés Fernandez, «Los presupuestos antropológico-metafísicos de la afirmación de Dios en X. Zubiri»: Revista de Filosofía (Madrid) 25 (1966) 125-153; C. Aniz Iriarte, «Punto de partida en el acceso a Dios. Vía de la religación, de Zubiri»: Estudios Filosóficos 35 (1986) 237-268; C. Baciero, «El hombre y Dios»: Revista de Filosofia VIII (1985) 173-182; O. Benítez, La realidad del hombre y Dios en el pensamiento de Xavier Zubiri, Bogotá 1970; V. M. Borragán Torre, «La justificación intelectual de Dios en Xavier Zubiri»: Naturaleza e Gracia 33 (1986) 253-277; M. Cruz Hernández, «El hombre religado a Dios»: El problema del ateismo, Salamanca 1967, p. 231-243; C. Diaz, «El hombre y Dios en Zubiri»: Revista Agustiniana 34 (1993) 165-193; J. M. Erdozaende Vicente, «La apertura a lo absoluto y el problema de Dios»: Fragua 10-11 (1980) 24-36; U. Gil Ortega, «Dios en el pensamiento de Xavier Zubiri»: Lumen 38 (1989) 158-182; G. Gómez Cambres, Zubiri y Dios, Málaga 1993; Id., «Persona y Dios»: La Ciudad de Dios 195 (1982) 223-269; A. González Álvarez, «El hombre y Dios en el pensamiento de Zubiri»: Cuadernos de Pensamiento 1 (1987) 57-65; Id., El tema de Dios en la filosofía existencial, Madrid 1945, p. 173-183, 230-236, 251-254; A. Gonzalez, «Dios y la realidad del mal en Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 266, vol. 68 (1993) 273-315; M. D. Gonzalez, «Dios, problema de todos»: Voluntad de vida. Seminario Zubiri-Ellacuria, Managua 1993, p. 7792; D. Gracia, «El tema de Dios en la filosofía de Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 56 (1981) 61-78; E. Gregorio, «Il problema di Dio in Xavier Zubiri»: Rivista di Filosofia neo-scolastica LXVIII (1976) 269-305; A. López Quintas, «El hombre y el problema de Dios. Nuevo curso de Xavier Zubiri»: Tercer Programa. Ensayo. Arte. Ciencia 10 (1968) 103-116; F. Llenin Iglesias, La realidad divina. El problema de Dios en Xavier Zubiri, Oviedo 1990; J. Marías, «El problema de Dios en la filosofía de nuestro tiempo»: San Anselmo y el insensato, y otros estudios, Madrid 1944; J. L. M. Garcia-Alos, «Dios como realidad religante del hombre. In homenaje a Xavier Zubiri»: Arbor 116/455 (1983) 265-289; C. Martínez Santamarta, El Hombre y Dios en Xavier Zubiri, Salamanca 1981; Id., El acceso del hombre a Dios en Xavier Zubiri, Salamanca 1976; M. Micheletti, «La ‘struttura’ del problema di Dio: Criteri di intelligíbilità e problema della verità nella filosofia della religione di X. Zubiri»: A. Babolin (org.), Xavier Zubiri, Perugia 1980, p. 97-116; J. Pelegri, «El gran tema de Zubiri: “El hombre y Dios”»: Revista Católica de Teología 13 (1988) 462-495; E. Rivera de Ventosa, «La experiencia de Dios en Miguel de Unamuno y Xavier Zubiri»: Actas del Congreso Internacional Cincuentenario de Unamuno, Salamanca 1989, p. 583-590; Id., «Miguel de Unamuno y X. Zubiri ante el problema de Dios: convergencias y contrastes»: Unamuno y Dios, Madrid 1985, p. 67-76; Id., «El hombre y el problema de Dios: un curso de Xavier Zubiri»: Dilemas. Revista de Ideas 6 (1970) 18-23; M. L. Rovaletti, «Fundamentalidad y problematismo. El problema de Dios en el último Zubiri»: Stromata, Buenos Aires 1992; J. Sáez Cruz, Mundanidad y trascendencia de Dios en Xavier Zubiri, Salamanca 1991; Id., «La marcha hacia Dios en X. Zubiri: La vía de la religación»: Revista Agustiniana 34 (1993) 55-119; Id., «Mundanidad y transcendencia de Dios en Xavier Zubiri»: Burgense, 33 (1992) 467-525; J. Sánchez-Gey Venegas, «Lo original de X. Zubiri ante el problema de Dios»: La Ciudad de Dios 199 (1986) 301-309. ↩︎

  67. «Zubiri-Amor Ruibal»: Índice de Artes y Letras 175-176 (1963) 14-15; «Religación e Saudade: A Saudade desde a Filosofía de Zubiri»: Grial 26 (1988) 13 8-152; «Principio de relatividade e vía da religación: a existencia de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri»: Compostelanum 33 (1988) 93-140; «Inteligencia y fe. El conocimiento de Dios en la filosofía de Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 64 (1989) 141-171; Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990; «Una ambigüedad no resuelta en Zubiri: El estatuto de la inteligencia primordial»: Revista Agustiniana 34 (1993) 121-164; «La metafísica del mal en Zubiri»: Del sentido a la realidad, Madrid 1995, p. 157-174; «EI hombre como experiencia de Dios en Zubiri»: La filosofía de Zubiri en el contexto de la crisis europea, Santiago 1996, p. 167-185. ↩︎

  68. D. García-Sabell, «Presentación»: A. Torres Queiruga, Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990, p. XXVI. ↩︎

  69. A. Torres Queiruga, Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990, p. 9. ↩︎

  70. M. Torrevejano, «Significado de Zubiri en la metafísica contemporánea»: Cuadernos de Pensamiento 1 (1987) 79. ↩︎

  71. A. Torres Queiruga, Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990, p. 10, 11. ↩︎

  72. Cf. Ibidem, p. 78; cf. D. García-Sabell, «Presentación»: A. Torres Queiruga, Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990, p. XVIII; cf. L. Martínez Gómez, «Un siglo de filosofía católica. De la ancilaridad a la libertad»: Estudios Eclesiásticos 56 (1981) 515-543, p. 538. ↩︎

  73. Cf. A. Torres Queiruga, Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990, p. 82-83. ↩︎

  74. IS 100; cf. A. Torres Queiruga, Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990, p. 102, 106. ↩︎

  75. «Hemos mantenido enérgicamente la tesis del ser como acto ulterior de lo real, la actualidad de lo real como momento del mundo, independiente de que haya o no haya hombres» (SE 438). ↩︎

  76. Cf. A. Torres Queiruga, Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990, p. 122. ↩︎

  77. Cf. Ibidem, p. 185-195. ↩︎

  78. Ibidem, p. 329-378. O texto foi publicado um ano antes da tese doutoral (cf. «Inteligencia y fe. El conocimiento de Dios en la filosofía de Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 64 (1989) 141-171). ↩︎

  79. A. Torres Queiruga, «Inteligencia y fe. El conocimiento de Dios en la filosofía de Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 64 (1989), p. 142. ↩︎

  80. Capítulo 4 de El hombre y Dios, p. 179-204. ↩︎

  81. Cf. HD 182-183, 186-187; cf. «Inteligencia y fe. El conocimiento de Dios en la filosofía de Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 64 (1989), p. 144. ↩︎

  82. Cf. HD 194-197. ↩︎

  83. A. Torres Queiruga, «Inteligencia y fe. El conocimiento de Dios en la filosofía de Zubiri»: Estudios Eclesiásticos 64 (1989), p. 150. ↩︎

  84. Id., «La crisis de la modernidad entre el ateísmo y la religión: de la ontoteonomía a la cristonomía»: Communio. Revista Católica Internacional 5 (1983) 529-541. Obviamente Torres Queiruga, ao citar Tillich, refere-se a P. Tillich, Teología sistemática I, Barcelona 1972, p. 116. ↩︎

  85. «O assentimento a um juízo fundado no testemunho de outro» (HD 211-212). ↩︎

  86. Cf. HD 218-221. ↩︎

  87. Cf. HD 244, 248, 250-251, 252. ↩︎

  88. Cf. HD 256-258. ↩︎

  89. Cf. HD 260. ↩︎

  90. A. Torres Queiruga, «EI hombre como experiencia de Dios en Zubiri»: La filosofía de Zubiri en el contexto de la crisis europea, Santiago 1996, p. 167-185. ↩︎

  91. Cf. Ibidem, p. 177. ↩︎

  92. Cf. Id., «EI hombre como experiencia de Dios en Zubiri»: La filosofía de Zubiri en el contexto de la crisis europea, Santiago 1996, p. 175. ↩︎

  93. Cf. A. Torres Queiruga, Recuperar la salvación, Vigo (Madrid 1979) 1977; Creo en Dios Padre: el Dios de Jesús como afirmación plena del hombre, Santander (1986) 19923; La revelación de Dios en la realización del hombre, Madrid 1987; El Dios de Jesús. Aproximación en cuatro metáforas, Maliaño 19912; La constitución moderna de la razón religiosa. Prolegómenos a una Filosofía de la Religión, Estella 1992; ¿Qué queremos decir cuando decimos «infierno», Santander 1995; Repensar la Cristología, Estella 19962; Recuperar la creación. Por una religión humanizadora, Santander 1996; El problema de Dios en la modernidad, Estella 1998; Fin del cristianismo premoderno, Maliaño 2000. ↩︎

  94. A. Torres Queiruga, El Dios de Jesús. Aproximación en cuatro metáforas, Maliaño 19912. ↩︎

  95. Ibidem, p. 13, 23, 32. ↩︎

  96. Ibidem, p. 13. ↩︎

  97. Ibidem, p. 14. ↩︎

  98. Ibidem, p. 14-15. ↩︎

  99. Cf. Ibidem, p. 6. ↩︎

  100. Cf. Ibidem, p. 8. ↩︎

  101. Cf. Ibidem, p. 21. ↩︎

  102. Cf. Id., Recuperar la creación, Maliaño 1996, p. 20. Na mesma linha, pode-se ver Constitución y evolución del dogma en Amor Ruibal, Madrid 1977. ↩︎

  103. A. Torres Queiruga, Recuperar la creación, Maliaño 1996, p. 19. ↩︎

  104. Ibidem, p. 25 e conforme p. 26, 27. Ao longo da obra, Torres Queiruga traduz o significado de três conceitos teológicos: «a moral e a religião» (p. 163-200); «Deus “castiga” o pecador com o “fogo eterno” do inferno» (201-246; cf. ¿Qué queremos decir cuando decimos «infierno», Santander 1995); e «o ser humano foi criado “para a glória de Deus”» (247-294). Conforme também Fin del cristianismo premoderno, Maliaño 2000, p. 209, 211. ↩︎

  105. Cf. A. Torres Queiruga, Recuperar la creación, Maliaño 1996, p. 28. ↩︎

  106. Cf. Ibidem, p. 14-15. ↩︎

  107. Ibidem, p. 22. ↩︎

  108. «Contracapa»: A. Torres Queiruga, Recuperar la creación, Maliaño 1996. ↩︎

  109. Cf. A. Torres Queiruga, Recuperar la creación, Maliaño 1996, p. 15 e conforme «Contracapa». ↩︎

  110. Cf. Id., El problema de Dios en la modernidad, Estella 1998, p. 9, 17. ↩︎

  111. Como também em Recuperar la salvación. Para una interpretación leberadora de la experiencia cristiana, Madrid 1979; Creo en Dios Padre: el Dios de Jesús como afirmación plena del hombre, Santander (1986) 19923; Recuperar la creación. Por una religión humanizadora, Santander 1996; El problema de Dios en la modernidad, Estella 1998, p. 11. ↩︎

  112. Como também em Noción, religación, trascendencia. O coñecemento de Deus en Amor Ruibal e Xavier Zubiri (Col. Galicia Viva), Pontevedra 1990; La constitución moderna de la razón religiosa. Prolegómenos a una Filosofía de la Religión, Estella 1992; El problema de Dios en la modernidad, Estella 1998, p. 11. ↩︎

  113. A. Torres Queiruga, El problema de Dios en la modernidad, Estella 1998, p. 15. ↩︎

  114. Ibidem, p. 16-17. ↩︎